sexta-feira, 23 de novembro de 2007

BODY ART


Escola Estadual Técnica de Caxias do Sul
Nomes: Cassiana, Gustavo P, Ismael, Jéssica P. Turma: 202.
Nº: 06, 16, 19, 21 Disciplina: Ed. Artística


Caxias do Sul, 12 de novembro de 2007

A Body Art (do inglês, arte do corpo) está associada à arte conceitual e ao minimalismo. É uma manifestação das artes visuais onde o corpo do artista é utilizado como suporte ou meio de expressão.

O espectador pode atuar não apenas de forma passiva, mas também como voyeur ou agente interativo. Geralmente as obras de body art, como criações conceituais, são um convite à reflexão.

Foi na década de 1960 que essa forma de arte se popularizou e se espalhou pelo mundo. Há casos em que a body art assume o papel de ritual ou apresentação pública, apresentando, portanto, ligações com o Happening e a Performance. Outras vezes, sua comunicação com o público se dá através de documentação, por meio de vídeos ou fotografia.
Definição

A body art, ou arte do corpo, designa uma vertente da arte contemporânea que toma o corpo como meio de expressão e/ou matéria para a realização dos trabalhos, associando-se freqüentemente aos happenings e às performances. Não se trata de produzir novas representações sobre o corpo - encontráveis ao longo de toda a história da arte -, mas de tomar o corpo do artista como suporte para a realização de intervenções, de modo geral associadas à violência, à dor e ao esforço físico (lembremos, entre muitos outros, o Rubbing Piece (1970), encenado em Nova York, por Vito Acconci (1940), em que o artista esfrega o próprio braço até produzir uma ferida). O sangue, o suor, o esperma, a saliva e outros fluídos corpóreos mobilizados nos trabalhos, interpelam a materialidade do corpo que se apresenta como suporte para cenas e gestos que tomam por vezes a forma de rituais e sacrifícios. Tatuagens, ferimentos, atos repetidos, deformações, escarificações, travestimentos etc. são realizados, ora em local privado (e divulgados por meio de filmes ou fotografias), ora em público, o que indica o caráter freqüentemente teatral da arte do corpo. Bruce Nauman (1941) exprime o espírito motivador dos trabalhos, quando afirma, em 1970: "Quero usar o meu corpo como material e manipulá-lo".
As experiências realizadas pela body art devem ser compreendidas como uma vertente da arte contemporânea em oposição a um mercado internacionalizado e tecnificado e também relacionado a novos atores sociais (negros, mulheres, homossexuais etc.). A partir da década de 1960, sobretudo com o advento da arte pop e do minimalismo, passam a ser muito questionados os enquadramentos sociais e artísticos da arte moderna, tornando-se impossível, desde então, pensar a arte apenas com categorias como "pintura" ou "escultura". As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: é cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens - dança música, pintura, teatro, escultura, literatura etc. -, desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. As relações entre arte e vida cotidiana, o rompimento das barreiras entre arte e não-arte, e a importância decisiva do espectador como parte integrante do trabalho constituem pontos centrais para parte considerável das vertentes contemporâneas: arte ambiente, arte pública, arte processual, arte conceitual, earthwork, etc.

A body art filia-se a uma subjetividade romântica, que coloca o acento no artista: sua personalidade, biografia e ato criador. Retoma também as experiências pioneiras dos surrealistas e dadaístas de uso do corpo do artista como matéria da obra. Reedita ainda certas práticas utilizadas por sociedades "primitivas", como pinturas corporais, tatuagens e inscrições diversas sobre o corpo. O teatro dos anos 1960 - o Teatro Nô japonês, o Teatro da Crueldade, de Antonin Artaud (1896-1948), o Living Theatre, fundado por Julian Beck e Judith Malina em 1947, o Teatro Pobre de Grotowsky (1933), além das performances - constitui outra fonte de inspiração para a body art. A revalorização do behaviorismo nos Estados Unidos, e das teorias que se detêm sobre o comportamento, assim como o impacto causado pelo movimento Fluxus e pela obra de Joseph Beuys (1921-1986), nos anos 1960 e 1970, devem ser considerados para a compreensão do contexto de surgimento da body art.

Alusões à corporeidade e à sensualidade se fazem presentes nas obras pós-minimalistas de Eva Hesse (1936-1970), que colocam a sua ênfase em materiais de modo geral não-rígidos. O corpo sugerido em diversas de suas obras - Hang up (1965/1966) e Ishtar (1965) por exemplo -, assume o primeiro plano na interior da body art, quando sensualidade e erotismo são descartados pela exposição crua de órgãos e atos sexuais. As performances de Vito Acconci são emblemáticas. Em Trappings (1971), o artista leva horas vestindo o seu pênis com roupas de bonecas e conversando com ele. "Trata-se de dividir-me em dois", afirma Acconci, "tornando o meu pênis um ser separado, outra pessoa". Em Seedbed (1970), o artista masturba-se ininterruptamente. Denis Oppenheim (1938) submete o corpo a partir de outras experiências. Sun Burn (1970), por exemplo, consiste na imagem no artista exposto ao sol coberto com um livro, em cuja capa lê-se: "Tacties". Air Pressures (1971), por sua vez, joga com as deformações impostas ao corpo quando exposto à forte corrente de ar comprimido. Chris Burden (1946) corta-se, com caco de vidro, em Transfixed. Na Europa, tem lugar uma vertente sadomasoquista do movimento em artistas como Rebecca Horn (1944), Gina Pane (1939-1990) e com o grupo de Viena, o Actionismus, que reúne Arnulf Rainer (1929), Hermann Nitsch (1938), Günter Brus (1938) e Rudolf Schwarzkogler (1940-1969). Este último, suicida-se, com 29 anos, diante do público, numa performance. Queimaduras, sodomizações, ferimentos e, no limite, a morte, tomam a cena principal nessa linhagem da body art. No Brasil, parece difícil localizar trabalhos e artistas que se acomodem com tranqüilidade sob o rótulo. De qualquer modo, é possível lembrar as obras de Lygia Clark (1920-1988) que se debruçam sobre experiências sensoriais e tácteis, como A Casa é o Corpo (1968) e alguns trabalhos de Antonio Manuel (1947) e Hudinilson Jr. (1957).

Extremos da body art
Algumas das criações mais perturbadoras da body art foram realizadas durante protestos por direitos humanos relacionados à Guerra do Vietnã e ao Watergate.
Outros artistas criaram obras calorosas, que implicavam em atos de auto-mutilação e auto-flagelação. Essas obras chegaram ao seu extremo com os Ativistas de Viena e com o também austríaco Rudolf Schwarzkogler.

Principais Artistas:
Bob Flanagan
Bruce Nauman
Chris Burden
Dennis Oppenheim
Gina Pane
Marina Abramovic
Mona Hatoum
Piero Manzoni
Rudolf Schwarzkogler
Stuart Brisley
Vito Acconci
Yves Klein
Youri Messen-Jaschin

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